A escada dava para um corredor estreito e liso, sem quadros ou outro tipo de decoração, observei à luz da lua que entrava pela janela ao fundo do corredor que parecia atravessar toda a habitação. Procurei por sinais de vida, ainda que nada o indicasse. - Faz Favor! – tornei a chamar infrutiferamente. Sentia-me já agastado com esta situação toda, pensando se não seria emboscado pelo dono da casa, mas era a indiferença que me inspirava medo. Sabia-o, quase de instinto, que alguém se tinha dado conta da minha invasão e me perscrutava no escuro por alguma fresta, fechadura ou até agachado nalgum canto que me tivesse falhado à vista. Alguém me aguardava furtivamente.
Passos… vinham do fundo do corredor, tornando-se distintos. Estes não eram do mesmo tipo que ouvi antes, estavam mais pesados e vagarosos, até o ranger parecia mais forte. Passa à janela uma mulher, alta e loira, vestida de um branco lívido, eclipsando a iluminação astral que entrava pelo fenestral. - Filha!, vem à mãe, não me ouves?... – gritou ela, no entanto, esta voz não era natural, parecia que se arrastava para um vácuo. Suava agora em bica e sentia o coração a escalar o peito enquanto a estranha saia do alcance ocular. Foi um susto, não se deram conta de ti e foi tudo muito estranho, porque é isso que parece quando se entra por casa de alguém a meio da noite. – pensava para mim, ao tentar aliviar o sucedido da cabeça. Enchi-me de força e fui até à janela do fundo. Nada, não havia nada, o corredor terminava a dois passos para a esquerda numa porta fechada.
Lá fora olhei o quintal, povoado por meia dúzia de árvores de fruto, tirando isso só restava matagal que se adensava em redor da propriedade. Estava tudo disposto num tom cinzento-escuro conferido pelo luar, no entanto, distinguiam-se perfeitamente as culturas e utensílios que vagueavam por ali, até o reflexo da água num pneu velho consegui perceber. Concentrei-me na porta, era só bater e abri-la se necessário, tinha levado já muito longe esta invasão, até para voltar para trás. A ideia afigurava-se bastante tentadora, pelo que, contemplei o corredor vazio de novo.
De súbito, apareceu outra vez a mulher, de costas, preparando-se para descer as escadas. Minha senhora! – chamei, ao dar dois passos para me pôr na sua peugada. Nem foi preciso mais, porque ela se voltou. Era loira, de finas feições, mas para meu espanto, os olhos eram de um branco liquido e a claridade que aparecia nas minhas costas iluminava-lhe os contornos, conferindo-lhe uma aura assombrosa. Andava agora ao meu encontro, em passos pesados e maquinais. E tu não tens sido senão um peso nos nossos ombros! – exclamou, naquela voz cavernosa. Sentia-me completamente imobilizado de terror, enquanto ela avançava para mim tenebrosa e ameaçadora. O seu olhar penetrava para lá da minha razão e quando lhe vi o branco dos olhos, só branco, já a coluna vertebral tinha criado raízes no soalho. Tombei inerte à sua passagem, não sem antes a deixar atravessar-me gelidamente.
Passos… vinham do fundo do corredor, tornando-se distintos. Estes não eram do mesmo tipo que ouvi antes, estavam mais pesados e vagarosos, até o ranger parecia mais forte. Passa à janela uma mulher, alta e loira, vestida de um branco lívido, eclipsando a iluminação astral que entrava pelo fenestral. - Filha!, vem à mãe, não me ouves?... – gritou ela, no entanto, esta voz não era natural, parecia que se arrastava para um vácuo. Suava agora em bica e sentia o coração a escalar o peito enquanto a estranha saia do alcance ocular. Foi um susto, não se deram conta de ti e foi tudo muito estranho, porque é isso que parece quando se entra por casa de alguém a meio da noite. – pensava para mim, ao tentar aliviar o sucedido da cabeça. Enchi-me de força e fui até à janela do fundo. Nada, não havia nada, o corredor terminava a dois passos para a esquerda numa porta fechada.
Lá fora olhei o quintal, povoado por meia dúzia de árvores de fruto, tirando isso só restava matagal que se adensava em redor da propriedade. Estava tudo disposto num tom cinzento-escuro conferido pelo luar, no entanto, distinguiam-se perfeitamente as culturas e utensílios que vagueavam por ali, até o reflexo da água num pneu velho consegui perceber. Concentrei-me na porta, era só bater e abri-la se necessário, tinha levado já muito longe esta invasão, até para voltar para trás. A ideia afigurava-se bastante tentadora, pelo que, contemplei o corredor vazio de novo.
De súbito, apareceu outra vez a mulher, de costas, preparando-se para descer as escadas. Minha senhora! – chamei, ao dar dois passos para me pôr na sua peugada. Nem foi preciso mais, porque ela se voltou. Era loira, de finas feições, mas para meu espanto, os olhos eram de um branco liquido e a claridade que aparecia nas minhas costas iluminava-lhe os contornos, conferindo-lhe uma aura assombrosa. Andava agora ao meu encontro, em passos pesados e maquinais. E tu não tens sido senão um peso nos nossos ombros! – exclamou, naquela voz cavernosa. Sentia-me completamente imobilizado de terror, enquanto ela avançava para mim tenebrosa e ameaçadora. O seu olhar penetrava para lá da minha razão e quando lhe vi o branco dos olhos, só branco, já a coluna vertebral tinha criado raízes no soalho. Tombei inerte à sua passagem, não sem antes a deixar atravessar-me gelidamente.
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