terça-feira, 30 de junho de 2009

Histórias de Fantasmas - Parte IV

Lá em cima, subindo o trilho, vi a silhueta de uma casa grande, ajeitada pelo luar. O ar era agora de um fresco húmido e, talvez fosse do esforço, mas rareava um pouco, tornando-me ofegante. Foi a custo que encontrei a porta da entrada, não me impedindo isso de bater insistentemente, mal me abeirei do alpendre. Não obtive resposta e o baque da minha mão depressa se dissolvia nos ruídos de insectos, roedores e outros caminhantes nocturnos. Num laivo de imprudência, quiçá, coragem, joguei a mão à maçaneta de aço, adornada com uns motivos que não consegui identificar pelo tacto. Abriu. Qual temerário, entrei para encontrar um quarto vazio, era o hall de entrada.

Ouviu-se um ranger de tábuas no piso de cima, como se fossem pequenos passos em corrida, durou apenas alguns segundos e logo tudo voltou à quietude da noite. - Ó da casa! - gritei em plenos pulmões. Não quero mal nem o quero incomodar, mas fiquei sem carro à sua porta e preciso de ajuda para voltar à aldeia. – Não obtive resposta, novamente. O silêncio inquietava-me e estar parado na entrada de uma casa nestas circunstâncias, agravava muito o meu desconforto. A pouca claridade vinda lá de fora, deixava ver um degrau à minha direita. Estava alguém no andar de cima, isso tinha certeza, hesitava era em arriscar uma coça de um pai de família irado, confundindo-me com um larápio. Preciso de ajuda, não tenho nada a esconder nem a temer. – Pus o pé ao degrau e fi-lo novamente, pé ante pé até chegar lá acima.

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