Qual namoro à antiga, espero pelas altas horas da noite para te dizer isto, para pensar nisto, em ti e no que me fazes sentir. Durante o dia evito-te, passo-te para trás de tudo o resto que deveria ser menos importante. E já te disse que não tenho paciência para nada, ultimamente? Mas, eis que aqui estamos ou, estou – como preferires – sozinho com a minha memória de ti. Com essa vaga recolecção, distante e tão próxima ao mesmo tempo, porque, efectivamente, te conheço.
Pareço saído de um anúncio para pastas de dentes, sorrindo insipidamente, enquanto te ouço falar. A tua voz chega a mim num eco distante e tudo o resto parece oco, superficial, por comparação, ao quão pouco me interessas. “Concordo contigo, às vezes mais vale pouco que nada” – digo como se te quisesse provocar, mentalmente.
Quero que saibas que és minha – não desse modo, primitivo e ingénuo – num plano ideal. Nem sabes como ansiei por uma exiguidade do que és e, agora, que aqui estás emudeço – não te mereço. A tua beleza parece inquestionável, ainda que o fizesse, os teus cabelos loiros e olhos esverdeados antecipavam o capricho. Conversamos durante horas a fio, numa esgrima furtiva, perscrutando qualquer subtil sinal de torpor – surpreendentemente não aparece. Saíste, real, de um véu de fantasia.
Para ti devo ser vulgar, uma personagem secundária de entre tantas que te aprecem ao caminho. Eu sei disso, pois, afectas-me no mesmo. Insossa. Desinteresso-me, enfadas-me, mais que isso, podia olhar-te todos os dias e serias tão atraente como o reflexo no espelho.
Quedo-me, nessa ficção e sei-a verdadeira, mas não a sinto. Olhas-me pelas esquinas e, inexplicavelmente, espero nesse corredor de solidão. Sabendo que estás a uma aresta de distância, aguardando-me ou não – estás perto. Mas, não te procuro e permaneço, apático, inconsequente, porque és igual a mim. Já te tinha dito que não tenho paciência? Para viver só, comigo. Olhar-te seria, contemplar o meu reflexo na água, do que quero e do que faço. E para ser franco, a água está fria demais para mergulhar. Talvez, seja por isso que abra mão da qual quero, para me quedar com quem mais mereça.
Pareço saído de um anúncio para pastas de dentes, sorrindo insipidamente, enquanto te ouço falar. A tua voz chega a mim num eco distante e tudo o resto parece oco, superficial, por comparação, ao quão pouco me interessas. “Concordo contigo, às vezes mais vale pouco que nada” – digo como se te quisesse provocar, mentalmente.
Quero que saibas que és minha – não desse modo, primitivo e ingénuo – num plano ideal. Nem sabes como ansiei por uma exiguidade do que és e, agora, que aqui estás emudeço – não te mereço. A tua beleza parece inquestionável, ainda que o fizesse, os teus cabelos loiros e olhos esverdeados antecipavam o capricho. Conversamos durante horas a fio, numa esgrima furtiva, perscrutando qualquer subtil sinal de torpor – surpreendentemente não aparece. Saíste, real, de um véu de fantasia.
Para ti devo ser vulgar, uma personagem secundária de entre tantas que te aprecem ao caminho. Eu sei disso, pois, afectas-me no mesmo. Insossa. Desinteresso-me, enfadas-me, mais que isso, podia olhar-te todos os dias e serias tão atraente como o reflexo no espelho.
Quedo-me, nessa ficção e sei-a verdadeira, mas não a sinto. Olhas-me pelas esquinas e, inexplicavelmente, espero nesse corredor de solidão. Sabendo que estás a uma aresta de distância, aguardando-me ou não – estás perto. Mas, não te procuro e permaneço, apático, inconsequente, porque és igual a mim. Já te tinha dito que não tenho paciência? Para viver só, comigo. Olhar-te seria, contemplar o meu reflexo na água, do que quero e do que faço. E para ser franco, a água está fria demais para mergulhar. Talvez, seja por isso que abra mão da qual quero, para me quedar com quem mais mereça.